Um pouco sobre a história do ônibus no Brasil

Os ônibus já fazem parte do nosso dia a dia há um bom tempo, não é? Eles se tornaram tão comuns que é impossível pensar em um centro urbano que não tenha um circulando pelas ruas, mas nem sempre foi assim. Em um passado distante, transportar um grupo de pessoas não era uma das tarefas mais fáceis ou confortáveis, já que veículos particulares não podiam carregar mais do que cinco pessoas, muito menos os veículos de tração animal, como as charretes e carruagens permitiam isso.

Aqui no Brasil, o primeiro serviço de transporte de pessoas via ônibus teve início em 1817, na cidade do Rio de Janeiro. De acordo com a Revista Ônibus, na época, D. João VI concedeu a Sebastião Fábregas de Suriguê, então sargento-mor da Guarda Real e barbeiro do Rei, a concessão da exploração de duas linhas de transporte de pessoas. As linhas faziam o percurso Praça XV Quinta da Boa Vista e Praça XV- Fazenda de Santa Cruz.

O mais interessante sobre essas linhas é que mesmo naquele tempo já foi montado um itinerário com tarifa e horário previstos.

Bem diferente dos veículos modernos que temos hoje em dia, que operam com motores elétricos, em 1817, os ônibus não possuíam tais motores e o que dava força ao veículo era na verdade a tração animal. Os cavalos e mulas eram responsáveis por puxar uma diligência de quatro rodas.

Em 1837 foi fundada a Companhia de Omnibus, empresa de transporte criada pelo desembargador Aureliano de Souza e Oliveira Coutinho, futuro Visconde de

Sepetiba, e mais quatro sócios. O negócio deu muito certo e em apenas dois anos, eles subscreveram as ações e já recebiam os dividendos.  Na época o preço da passagem custava 100 réis, valor este que foi duplicado em 1842.

Se hoje podemos fazer trajetos urbanos em poucos minutos, em 1837, a história era bem diferente. O tempo de viagem entre Santa Cruz e o Centro durava mais de cinco horas. Por isso, durante o trajeto era realizado quatro mudas de animais.

Com o sucesso da empresa de ônibus, a concorrência (carruagem, cabriolés e tílburis) faziam pressão contra o governo sobre a nova atividade. A Câmara Municipal instituiu alguns impostos e obrigações a serem seguidas para que os serviços de ônibus continuassem.

Apesar da concorrência e das imposições do governo, o serviço de transporte via ônibus estava indo bem. No entanto, com a chegada dos bondes elétricos em 1868 é que houve um freio na ascensão dos ônibus, este período durou uns 40 anos.

Muito interessante, não é? Na próxima matéria vamos contar um pouco sobre o primeiro ônibus a gasolina a circular no país.

3 respostas
  1. Irene Aguiar
    Irene Aguiar says:

    Boa noite, tenho visto algumas publicações que esquecem de incluir os registros de um ônibus em 1899, em Goiana, PE. Se nao for o primeiro do Brasil, é decerto o segundo, e com certeza o primeiro de Pernambuco.
    Existem muitos registros do fato, mas quando entramos em alguns sites de empresas, nao vemos a referência, e assim procuro informá-las para que incluam os dados em suas publicações, se possível.

    Fico muitas vezes acessando algumas temáticas que acho interessantes. No caso como entrei para olhar o museu, nao vi a referência do objeto.
    Trouxe o link. Existem outros artigos sobre o fato, mas para este eu trago o do Diário de Pernambuco,

    “…. que fazia a impressionante velocidade de 30 quilômetros por hora, chegou a Goiana por volta de 1899. Era da marca Panhard-Levasseur, importado de Paris. O ônibus desembarcou no Porto de Santos e, em seguida, foi levado ao Porto do Recife, de onde foi transportado para compor a primeira Companhia de Transportes da cidade, fundada em Goiana em 1901, por Manoel Borba, Edward Johnson e Henrique Bernardes”.

    Noticias e registros do Diário de Pernambuco, o jornal mais antigo da América Latina, com mais de 190 anos de existência, e ainda em circulação.

    chttp://blogs.diariodepernambuco.com.br/diretodaredacao/2016/02/23/o-primeiro-onibus-de-pernambuco/

    1899, na cidade de Goiana.
    Grata,
    Irene

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    • Owl Interativa
      Owl Interativa says:

      Olá Irene, tudo bem? Agradecemos sua colaboração. Vamos verificar o conteúdo para que possamos apurar e fazer as atualizações necessárias na postagem.

      Responder

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